Pensamento do Blog

Comigo a natureza enlouqueceu; sou todo emoção" Adaptado de Maiakoviski

sábado, 26 de maio de 2012

Objetivos do Blog




Um dos objetivos deste blog é publicar textos em prosa e verso, de minha autoria e de outros autores, que, em minha avaliação, sejam úteis para quem gosta de uma leitura de qualidade sobre variados assuntos. Além de utilizar este espaço para divulgação de instrumentos de interesse de quaisquer leitores, como vídeos, livros, filmes, imagens, que ofereçam algo novo, prazeroso, artístico, e se possível, crítico  e educativo. Ainda pretende ser um mecanismo para se expressar opiniões, afinal, como disse Voltaire, no século XVIII: "Não concordo com uma única palavra do que dizeis; mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo."

Quem sou eu

Estudei História na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caratinga - FAFIC. Lecionei História na rede municipal de Ipatinga e na rede estadual de ensino de Minas Gerais. Aposentei em 2007, época em que publiquei meu primeiro livro - Professor e Poder na Escola Pública. Ministrei palestras sobre o livro na Faculdade de Caratinga - FAFIC -, e na Faculdade Pitágoras, em Ipatinga. Minhas áreas de interesse são História, Literatura e Meio Ambiente. Este blog tornou-se um espaço onde continuo minhas pesquisas sem obedecer a um sistema de trabalho capitalista e controlador, o que facilita muito meu campo de abrangência bibliográfica. Tenho uma rotina criativa e prazerosa.


sábado, 19 de maio de 2012

A Arte da Jardinagem Caseira

                                         

"Fico surpreso que ninguém tenha descrito o jardineiro como poeta, pois a formação de um jardim oferece às musas a perfeita oportunidade de criação."

Edgar Allan Poe


"Devemos agradecer às pessoas que nos fazem felizes. São elas os charmosos jardineiros que fazem nossas almas florescerem."

Marcel Proust

Sumário

                                                       Apresentação                                                        
1. Um pouco de história dos jardins                         
2. Os jardins são espaços dinâmicos                          
3. O moderno e o rústico na formação do jardim         
4. Plantas ornamentais                                            
5. A arte da poda 
6. Plantio em vasos 
7. Métodos de multiplicação de mudas  
8. Plantas medicinais 
9. Curiosidades sobre Plantas e Flores
10. Os inimigos do jardim  
11. Jardim e estresse 
12. Manhas de jardineiros   
13.  Dicas importantes 
14.  Plantas e flores do meu jardim    
15. Jardim – ambiente de criatividade 
16. Poesias de flores e plantas    
17. Pequeno vocabulário de jardinagem
18. Calendário de atividades anuais de um jardim
      Bibliografia                                           
                    
                                                   
                                                    
 Apresentação

 A Arte da Jardinagem Caseira surgiu do sonho de um jardineiro em produzir e divulgar um texto com as características do jardim elaborado a partir de seu próprio esforço e pesquisa, e com a experiência adquirida com os amigos e a família, sem a ação de um paisagista profissional. Os livros publicados sobre jardinagem são muito extensos e complicados. Procuramos produzir um texto de fácil leitura e entendimento. Nossos erros propiciaram novos aprimoramentos. Aplicamos o que denominamos "Pedagogia do Erro" - É errando que se aprende, já diziam nossos pais. Na arte da jardinagem erramos e aprendemos muito, mas os resultados são sempre gratificantes. Mas, acima de tudo, para a persistência na busca de melhorias, precisamos gostar de praticar a jardinagem, pois do contrário, desistiremos rapidamente. Tudo feito com prazer é bem feito, e isso vale pra quaisquer atividades na vida humana.

Este livro quer ser apenas um "caminho suave" para ajudá-lo(a) a melhorar seu desempenho na prazerosa arte de cultivar um jardim. Minha experiência foi fundamental na construção deste trabalho. Fiz opção por destacar as flores e plantas que experimentei em meu jardim, inclusive as imagens, quase todas, foram tiradas da paisagem surgida de minha prática de jardinagem.  É um jardim com plantas tropicais, e, principalmente de nossa região. Tenho plantas e flores no terreno do jardim e em vasos.

"Não chamei paisagista. Eu queria ser o pai. O que eu desejava não era um jardim bonito. Era o meu jardim." Rubem Alves

Espero que este livrinho seja útil em suas atividades de jardinagem!


"Fico surpreso que ninguém tenha descrito o jardineiro como poeta, pois a formação de um jardim oferece às musas a perfeita oportunidade de criação."
                                                                                       Edgar Allan Poe, escritor

1.
Um pouco de história dos jardins

Os jardins são tão antigos quanto a própria vida das civilizações, pois os espaços naturais habitados pelos homens primitivos garantiam-lhes o "conforto" necessário para sua sobrevivência. À medida que se distanciavam das florestas que lhes serviam de berço, muitos elos naturais fundamentais para o equilíbrio da vida humana foram corrompidos pelo desenvolvimento técnico e econômico. Talvez, por isso, tenha ficado latente na humanidade, a necessidade e o sonho de resgatar o "paraíso perdido" para o progresso. E o resultado, a história vem registrando ao longo do tempo: a insistência da humanidade na elaboração de jardins cada vez mais belos e aconchegantes para devolver à mãe natureza tudo que dela foi tirado.

Os jardins mais antigos de que se têm notícias, foram criados no Egito e na Mesopotâmia. Os egípcios destacaram-se pelo uso de flores de loto e todo tipo de árvores frutíferas, e por incluírem geralmente pequenos lagos artificiais em seus jardins. Na Babilônia, foram célebres os jardins suspensos, dispostos em terraços, incluídos entre as sete maravilhas do mundo antigo. Entre os persas, tornou-se famoso o jardim de Ciro, junto ao seu palácio, que incluía uma área de caça.

O mundo grego não deu muita atenção ao jardim de lazer, mais preocupado com os jardins de caráter religioso junto aos templos. Os jardins helenísticos, assim como os da época imperial em Roma, destacaram-se pelo luxo. Os romanos possuíam áreas verdes tanto nas casas urbanas quanto nas vilas nos arredores das cidades.

Foram também célebres os jardins do Extremo Oriente. Na China, por influência do taoísmo, buscou-se a combinação harmoniosa de elementos naturais, como água e pedras, além de pontes e pavilhões. O jardim japonês, tanto em colina como em terreno plano, era sempre cuidadosamente elaborado e buscava  a integração do homem com a natureza. O lar para os japoneses deve ser provido de um jardim como elemento de conforto e alegria.

O jardim islâmico buscava reproduzir a concepção de um pequeno paraíso e dava grande importância ao elemento aquático, devido a sua escassez na paisagem árabe. Contava com inúmeras plantas aromáticas e em geral dispunha de complexas redes de transporte de água, com aquedutos e canais, e de distribuição, por meio de tanques e fontes.

O jardim típico da Idade Média europeia  identificava-se geralmente com o dos claustros dos mosteiros, áreas de meditação ao redor de uma fonte central. No auge da arte gótica, com o progresso social, surgiu o jardim particular nos palácios dos nobres e monarcas. Em todos eles eram frequentes as árvores frutíferas e plantas medicinais.

Nos jardins do Renascimento, exemplo maior do jardim italiano, o que se apresenta é uma composição de impacto, que lança mão de todos os recursos, desde o emprego generalizado de elementos construídos de alto requinte, à criação de grandes perspectivas ricas de elementos cênicos e de  plantios exuberantes, diversificados pela crescente introdução de espécies vegetais oriundas de países exóticos. Eram equilibradas extensões de campo e vegetação que combinavam escadas, estátuas, fontes, árvores e grutas de aspecto fantástico. Alguns artistas importantes do Renascimento projetavam esses jardins, como Rafael.

Com o barroco, impôs-se o jardim cortesão francês, semelhante ao modelo italiano. Nele combinava a ordem e a geometria, e mesclava racionalmente canteiros, esculturas, lagos artificiais e passeios.

Diferente do francês era o jardim inglês, que procurava imitar a natureza, usando para isso gramados, rios, bosques, ilhas e algumas construções, como pontes e pequenos pavilhões, mas sem que se notasse em grande medida a intervenção da mão humana. Além desse jardim "natural", os britânicos também gostavam de plantar pequenas áreas verdes em suas casas.

No século XX, as edificações limitaram o espaço disponível para a natureza. As cidades passaram a contar com pequenas áreas para jardins, gramados, árvores e plantas floríferas. O progresso econômico passou a dominar a paisagem, com grandes edifícios e instalações industriais.

No Brasil, foi marcante a influência do paisagista francês Auguste-François-Marie Glaziou, que no século XIX construiu e reformou os mais importantes parques do Rio de Janeiro, como a Quinta da Boa Vista e o Campo de Santana, imprimindo-lhes o estilo do jardim britânico. Depois disso, o jardim brasileiro ficou praticamente parado até que, em meados do século XX,  teve início um movimento renovador, em que se destacou Atílio Correia Lima, e que encontrou sua expressão máxima em Roberto Burle-Marx. Entre as mais expressivas características dos jardins de Burle-Marx destacam-se a constante introdução de novas espécies da flora tropical, o senso ecológico na maneira de grupar as plantas e a nítida preocupação de realizar a harmonia entre o jardim - paisagem construída - e a natureza circundante - paisagem natural. Burle-Marx projetou o paisagismo do Parque Ipanema em Ipatinga.


2.

                                        Os Jardins são espaços dinâmicos


 
 

A elaboração de um jardim depende de um envolvimento intenso do jardineiro, pois o jardim tem como característica marcante, o seu dinamismo. Um jardim está sempre em construção/reconstrução. A  cada visita ao jardim você percebe uma novidade e alguma coisa a fazer. Os jardins estão o tempo todo em evolução. As plantas obedecem a um calendário biológico, pois existem períodos de maior crescimento de determinadas plantas, e mesmo do jardim como um todo, como a primavera. E temos também um período chamado de "dormência", em que as plantas têm um desenvolvimento lento - o inverno. Durante o ano, as modificações de temperatura, incidência de raios solares e pluviosidade interferem no crescimento de todas as plantas do jardim. Durante o verão, e principalmente no período mais quente, as plantas "testam" sua resistência, o que prejudica seu desenvolvimento, mas as chuvas amenizam esse fenômeno. As atividades do jardim são várias: preparo de canteiro, plantio, poda, retirada de partes prejudicadas nas plantas, regas, aplicação de adubos e fertilizantes, observação da evolução das plantas, replantio de vasos, etc. O dinamismo dos jardins toma do jardineiro grande parte de seu tempo de atividades. É preciso, mais que tudo, gostar desse tipo de atividade, pois necessita de muito envolvimento e pesquisa. O jardim é uma obra sempre inacabada, mas, contraditoriamente, muito perfeita e bela. É um eterno renascer de novas folhas, flores e vida no jardim - um espaço permanente de fertilidade e beleza. As fases de elaboração e manutenção do jardim se alternam durante todo o ano, devido ao constante dinamismo da arte da jardinagem.
3.
 O moderno e o rústico na formação do jardim

Quando visitamos um jardim percebemos vários detalhes em sua composição. Suas plantas, flores, passarelas de madeira, pedras ou cimento, iluminação, bancos, objetos que ajudam a manter a harmonia do jardim como estacas, armações em madeira ou ferro, pequenos pássaros que o sobrevoam, vasos de plantas que se adaptam em espaços pequenos, etc. É um espaço onde a criatividade do jardineiro é ilimitada. Quem não gosta de passear nos caminhos do jardim para observar sua beleza e formação? Às vezes, sentir bem de pertinho o perfume das flores, de uma rosa e tantas outras flores cheirosas.

Esses detalhes formam um conjunto harmonioso que une o moderno e o rústico para a criação de um ambiente agradável, saudável e belo que encanta todo ser humano.

Não só na manifestação física do jardim encontramos essa fusão de elementos modernos e rústicos, mas também nos instrumentos utilizados por quem se dedica aos cuidados e acompanhamento da evolução de um jardim.

O jardineiro utiliza equipamentos modernos como cortadeiras de grama, tesouras próprias para jardinagem, vassoura de jardim,  pequenas pás, serras, luvas, fertilizantes, etc. Hoje não é tão simples o ato de praticar a jardinagem com eficiência e boa qualidade. Temos muitos cursos de aperfeiçoamento, publicações em revistas, programas de televisão, internet, para melhor preparar as pessoas interessadas na bela e saudável arte da jardinagem. Por outro lado temos muita facilidade na aquisição de produtos como fertilizantes, adubos, máquinas, mudas de plantas, sementes e conhecimentos que nos ajudam nessa tarefa prazerosa. A internet é o melhor canal de informação para quem quer praticar a jardinagem.

Com a ajuda da criatividade, utilizamos muitos materiais reciclados para utilização no jardim como madeira, plástico, metal, borracha, etc. Este material rústico produz resultados úteis e belos como vasos, suportes e caminhos para o jardim.

Esse conjunto entre o moderno e o rústico caracteriza a atividade e a paisagem de todo jardim, seja ele particular ou público, basta observar com um pouco de atenção que verá esses elementos em harmonia na composição do jardim.



4.


 Plantas Ornamentais

Rosas

A origem desta flor se confunde com a história das civilizações antigas; seu cultivo e suas propriedades medicinais são conhecidos há cerca de 5 mil anos, principalmente entre os chineses, que extraíam óleo de suas pétalas para cuidar da pele. Além disso, o chá de rosas sempre foi utilizado por suas propriedades diuréticas, sendo eficaz contra cálculos renais e estimulador das funções intestinais.

No início, as rosas eram cultivadas justamente por suas propriedades medicinais, mas suas cores e seus aromas logo encantaram os povos da Antiguidade e, com isso, belas roseirais se espalharam por diversos  castelos à beira dos rios Tigre e Eufrates, e até mesmo pelos famosos Jardins da Babilônia. Além disso, há relatos de que guerreiros gregos e romanos recebiam tributos com esta flor.

Considerada um ícone do amor, ela foi retratada em trabalhos artísticos durante a Idade Média e tornou-se um símbolo do Cristianismo - uma imagem bastante disseminada é a da Virgem Maria entre as rosas. 

A difusão da flor, inclusive, está ligada a um ícone cristão: conta-se que foi trazida do Oriente pelos Templários, durante as Cruzadas. Mas não era somente na religião cristã que ela se fazia presente; de acordo com a mitologia grega, a rosa era a flor predileta de Afrodite, a deusa da beleza e da paixão.

O cultivo de rosas é bem simples, pois essa flor exige poucos cuidados, além de ser muito resistente às mudanças climáticas. É uma flor tropical, portanto sua floração acontece principalmente na primavera, mas dá flores o ano inteiro. Prefere áreas com pouco sol, especialmente pela manhã. Sua adubação é a mesma para o plantio de quase todas as flores. Áreas com boa drenagem são adequadas para o seu plantio. É bom evitar as correntes de ar em sua área de plantio. Aguar, de preferência, uma vez por semana, pois o excesso de umidade apodrece suas raízes. Pode ser plantada em vasos, mas prefere o chão do jardim... e aproveite a beleza e o perfume de suas flores magníficas!







Cactos

Os cactos são plantas de muita resistência aos climas quentes e desérticos. Existem várias espécies de cactos. Alguns dão flores e possuem rara beleza, como o cacto rosa(primeira foto). Exemplos de adaptação evolutiva a um ambiente hostil, os cactos são típicos de regiões áridas ou desérticas e enfrentam condições teoricamente insustentáveis para um vegetal. São de fácil cultivo em um jardim, pois necessitam de poucos cuidados como regas semanais e adubação com terra vegetal misturada com terra de jardim. Podendo adicionar um pouco de areia ao solo. Desenvolvem bem em vasos para interior e exterior. Alguns cactos podem ser plantados no terreno do jardim com ótimo resultado. Não suportam muita umidade e excesso de sol.

O cacto é considerado por algumas correntes do Feng Shui(técnica oriental de harmonização de ambientes) como purificador de ambientes. Segundo os especialistas desta técnica milenar, ele age como uma barreira para os raios eletromagnéticos emitidos por aparelhos de TV e computadores.

As suculentas são plantas semelhantes aos cactos. Exigem regas semanais, pouco sol e um terreno igual ao dos cactos. Podem ser cultivadas em vasos e canteiros com boa luminosidade. O nome “suculentas” vem de sua habilidade em armazenar água em suas folhas


                                                                     


    Palmeiras
O Brasil é tão rico em palmeiras na paisagem que, durante muito tempo, o país foi conhecido como Pindorama, que quer dizer "terra das palmeiras".

A maioria das palmeiras é nativa das regiões tropicais, mas algumas espécies  ocorrem em regiões subtropicais ou mesmo temperadas.

Em qualquer parte dos trópicos onde cresçam árvores, podem crescer palmeiras. Assim, no continente americano, elas são encontradas  desde o litoral até os andes colombianos.

As palmeiras ornamentais são de fácil cultivo, pois não são exigentes quanto ao solo e resistem bem ao calor e ao inverno ameno das regiões tropicais.  Formam belas folhagens e enfeitam com elegância o jardim.




Zamioculca
A Zamioculca é uma planta ornamental que suporta bem a sombra, ideal para cantos onde não bate o sol, sendo, portanto, uma típica planta de interior das casas. Precisa de solos drenados e com bastante matéria orgânica e regas reduzidas. É popularmente conhecida por brilhante devido ao brilho intenso de suas folhas. O clima deve ser seco, pois a planta não tolera umidade.



Buganvília
É uma árvore trepadeira e espinhosa de grande beleza. É também chamada de Primavera. Prefere clima quente e seco. É uma planta que exige poucos cuidados, além de dar flores todo o ano. Existem buganvílias de várias cores. Precisa de pelo menos quatro horas de sol por dia. Reproduz por estaquia. Pode ser plantada também em vasos.




 
 Lírio da Paz
É uma planta ornamental de rara beleza, principalmente para interiores. Possui um verde intenso e flores de branco puro. Floresce de janeiro a março e em setembro. Não suporta o pleno sol, pois os raios solares deixam suas folhas amarelas. Necessita de solo úmido e boa adubação como terra vegetal. É conhecida por purificar o ar, pois elimina componentes tóxicos.

                                                     5. 


A Arte da Poda

A poda das árvores e plantas menores, mesmo as de vasos, deve ser feita respeitando o tempo de sua floração e o período de maior desenvolvimento de cada espécie, ou seja, quando uma planta tem seu período de  maior  crescimento anual na primavera, deve ser podada no inverno e vice- versa. É o caso da rosa. A poda dos pés de rosas deve ser radical, ou seja, deixando apenas meio metro de caule acima do terreno. Dependendo do nível de crescimento podemos fazer mais de uma poda por ano em todas as plantas.

Durante todo o ano deve-se fazer pequenas podas para retirar galhos secos e folhas debilitadas, inclusive para harmonizar a estética das plantas.

                                       
                                                           6. 
                                             Plantio em vasos

As plantas em vasos são essenciais para embelezar uma casa ou áreas de um jardim. Mas necessitam de algumas atitudes pecualiares, mesmo que simples, para seu plantio e desenvolvimento adequados. A principal diferença entre as plantas cultivadas em jardim e as que são colocadas em vasos é que estas necessitam ser transplantadas de tempos em tempos. No jardim, as plantas têm espaço e liberdade para crescerem e encontram na terra os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. Mas quando cultivadas em vasos, elas se deparam com limitações que podem prejudicar o seu crescimento e, mesmo que o solo seja adubado regularmente, com o passar do tempo, ele empobrece em nutrientes. Por isso, é fundamental que as plantas sejam transplantadas. E essa atitude não mata as plantas, como muitas pessoas pensam, mas é um comportamento necessário para o seu desenvolvimento adequado. E alguns sinais mostram quando a planta deve ser transplantada: florescimento escasso ou inexistente; raízes saindo por baixo do vaso ou aparecendo na superfície da terra, e o surgimento de folhas muito pequenas ou defeituosas.





Para o plantio de um vaso algumas regras são importantes, pois devemos criar nesse pequeno espaço um ambiente adequado para o desenvolvimento da planta. Primeiro você deve garantir uma boa drenagem para o escoamento da água depositada durante a rega, pois o acúmulo de água pode apodrecer as raízes da planta. Também a água não pode escoar com muita facilidade, pois assim, a planta não aproveita os nutrientes contidos na umidade, pois logo a terra fica seca. Para evitar  esse escoamento rápido demais, misture à terra, um produto encontrado nas casas do ramo, chamado de vermiculita, ele garante a permanência necessária da água no substrato(terra de plantio) do vaso. A drenagem pode ser feita(e faço assim, é mais barato e funciona perfeitamente), com brita de construção(aquelas pedrinhas de construção). Coloque um pouco no fundo do vaso. Depois cubra a drenagem com  terra de jardim e composto orgânico, ou seja, terra vegetal junto com a terra normal. Logo após, você pode colocar no vaso a planta que escolheu. Os vasos de plástico são os melhores para se plantar, além de seu preço ser bem mais em conta.  É mito a informação na qual os vasos de barro são os melhores para a jardinagem, pois estes absorvem muita água em sua borda, prejudicando a umidade da planta.  Agora é só regar a muda sem deixar encharcar, depois basta continuar os cuidados para mantê-la bem saudável!



Esquema do vaso:
1\2. Drenagem
3. A terra de plantio
4.Pedrinhas para decoração(mantém a umidade).

7.
 
 Métodos de multiplicação

Sementes: As sementes no solo são as protagonistas da reprodução sexuada. Para serem formadas, exigem o encontro de um grão de pólen com um óvulo, produzido no órgão sexual da planta. A polinização mais comum acontece naturalmente entre plantas diferentes, mas da mesma espécie. Mas existem outras formas de multiplicação de plantas, as chamadas assexuadas. Como as abaixo.

Divisão de touceiras:  típica de plantas cuja folhagem brota das raízes. Basta separar fragmentos da raiz,  com ao menos uma folha por muda. Raízes velhas e folhas com excesso são podadas antes de plantar.

Estaquia:  na estaquia, utiliza-se um galho jovem(estaca) como muda para plantio e enraizamento. Pode-se ainda usar apenas uma folha ou um ramo, enterrando na terra para que brote. Existe um produto chamado "enraizador" que facilita para que a estaca brote.

Mergulhia: o método funciona assim: um galho flexivel curvado da planta mãe é enterrado e destacado após o enraizamento para plantio em outro local. Esse processo é feito com plantas de difícil reprodução. Com as rosas pode-se utilizar esse processo de reprodução.

Enxertia: um ramo ou fragmento é enxertado em outra planta para constituir um indivíduo mais forte. 

As avencas e samambaias, entre outras plantas, se multiplicam por esporos, aqueles pontinhos amarronzados que ficam no verso das folhas. Devidamente transportadas para sementeiras, essas estruturas geram as mudas.

8.
Plantas medicinais 

Em todos os jardins deve ser reservado um espaço para algumas plantas medicinais que podem ser plantadas no próprio terreno ou em vasos. Essas plantas, além  do valor para a saúde em forma de chás ou na culinária, têm grande utilidade para a preservação do jardim, pois o cheiro forte de algumas, principalmente aquelas usadas em temperos, expulsam insetos da área cultivada.


Alecrim-rasteiro 

O alecrim-rasteiro é uma planta de aroma forte e perfumado. Tem preferência por solos secos de natureza calcária, mas se dá bem em qualquer tipo de terreno, desde que bem drenado. O alecrim-rasteiro tem um aroma e sabor mais intenso do que o alecrim comum, dessa forma deve ser consumido em quantidades menores. É utilizado em forma de infusão como tônico geral, para gripes e cólicas. Tem ação anti-inflamatória e antiespasmódica. Na forma de tintura é usado para combater o reumatismo. Não é indicado para quem tem problemas do coração. Na culinária, é indicado para carnes, batatas, queijos, peixes e massas. É de fácil cultivo, não exigindo nada diferente do que fazemos para as outras plantas, como adubo e regas diárias pela manhã ou à tardinha. Reproduz por galhos bem pequenos.





Alfavaca 

É uma planta própria de regiões tropicais, pois prefere áreas com boa incidência de raios solares. Prefere solos férteis e fofos, com boa drenagem, mas não encharcados. Reproduz por estacas e sementes. Exige poucos cuidados em sua cultura, sendo muito resistente a mudanças climáticas. Suas partes utilizadas são as folhas e flores.
A alfavaca é utilizada no combate às contrações musculares bruscas e aos gases intestinais. É empregada nas afecções das vias respiratórias. As folhas amassadas curam feridas. É utilizada também em gargarejos para tratar casos de aftas e anginas. Os constituintes do óleo essencial têm atividade inseticida e antimicrobiana.




Manjericão 

O manjericão é uma planta de caule ereto, folhas de coloração verde-clara, e flores brancas, dispostas em pequenas espigas. Desenvolve-se em clima tropical e solos drenados, ricos em matéria orgânica e levemente alcalinos. Propaga-se por sementes ou estacas. É utilizado como antiespasmódico, diurético, cicatrizante, digestivo e calmante. Pode também ser usado misturado à água do banho contra o estresse. Popularmente, o chá combate o ardor ao urinar. Utiliza-se o manjericão através de suas folhas, principalmente. Evitá-lo nos três primeiros meses de gravidez.  O manjericão é venerado como planta imbuída de essência divina, consagrada a Krishna e Vishnu, deuses hindus. Por isso, os indianos escolheram a planta para ser usada nos juramentos em tribunal. Além disso, na Índia, o manjericão é colocado no peito dos mortos para servir de passaporte para o paraíso. Em Creta, a planta simboliza o amor banhado em lágrimas  e, na Itália, é usada como prova de amor.



 

Hortelã-pimenta

A hortelã-pimenta é uma planta de fácil cultivo em nossa região. Exige um solo rico em matéria orgânica.  Com pouco tempo após o plantio já está repleta de folhas. Suporta altas temperaturas desde que não falte água no solo. Quase não exige cuidados após o plantio, apenas uma pequena limpeza para tirar as folhas velhas e amareladas.  Propaga-se por estacas, e pega com facilidade. É indicada para enjoos, náuseas, problemas digestivos e vermes. Na culinária, é essencial para dar um ótimo sabor aos quibes, chegando a ser indispensável nesse prato.



Ora-pro-nóbis

É uma planta originária do Brasil. É muito resistente e pouco exigente em relação ao solo. Não tolera encharcamentos e se adapta à meia-sombra. Gosta do clima tropical úmido. Reproduz por estacas. Quase não exige cuidados após o seu plantio, apenas uma poda de vez em quando, pois espalha-se rapidamente, como uma trepadeira. Possui muitos espinhos, o que dificulta um pouco sua colheita para uso. É considerado um tipo de cacto. É muito utilizado na cozinha mineira, inclusive  como um prato típico de Minas Gerais. Suas folhas são emolientes e laxativas. Os frutos são expectorantes.






Salsa

 A salsinha, como é vulgar e carinhosamente conhecida, é uma planta que adapta-se a qualquer tipo de solo. Prefere o clima subtropical, não tolerando umidade excessiva. O plantio é feito com sementes diretamente no solo, em qualquer época do ano. A colheita pode ser feita dois meses após o plantio, cortando-se as folhas ou arrancando toda a planta. As folhas cruas e mastigadas refrescam o hálito e contribuem para uma pele saudável. É diurética e reguladora do fluxo menstrual. É ótima na culinária em qualquer prato.





Boldo
O Boldo é uma planta de clima tropical, portanto, pode ser cultivada em qualquer região do Brasil, sendo somente sensível à geada.  Sua reprodução é feita por estatas.  É bem resistente a pragas e doenças. Produz com muita rapidez, pois suas folhas são utilizadas assim que crescem. Para se ter uma planta volumosa é aconselhável podar suas folhas mais velhas um pouco antes da colheita. A maceração das folhas produz um tônico amargo que facilita o trabalho da vesícula biliar, estimulando a secreção da bílis e a digestão de gorduras.



Capim-cidreira 
O capim-cidreira é uma planta das regiões tropicais e temperadas. Prefere solos frescos, sem umidade exagerada  e argiloso. Necessita de plena iluminação. Seu plantio pode ser feito durante todo o ano, assim como sua colheita. Cresce espontaneamente, mas não suporta regiões frias. É muito resistente a pragas e doenças. O chá de suas folhas é muito utilizado para combater os gases intestinais e no tratamento da gastrite, além de ser recomendado como calmante.





 
Citronela








A Citronela é uma planta aromática que ficou conhecida por fornecer matéria-prima(óleo essencial) para a fabricação de repelentes contra mosquitos e borrachudos. Sua reprodução é feita por divisão de touceiras, em qualquer época do ano. Prefere solos férteis, sem muita umidade e bem iluminados. Deve ser regada no máximo três vezes por semana, nunca regar quando a terra da planta estiver molhada. No mercado, podemos encontrar vários produtos fabricados com o óleo de citronela, entre os quais estão velas, cremes, loções e repelantes para mosquitos, inclusive para o mosquito da dengue. Suas folhas são muito parecidas com as folhas do capim-cidreira, mas tem um aroma mais forte. É preciso tomar cuidado na hora de fazer seu uso para não confundir as duas.



9.                      
Curiosidades sobre as  Plantas e Flores

Arruda: A arruda, desde muito tempo, está ligada à magia e à religião, sendo utilizada em muitos rituais africanos. No começo da Era Cristã, foi considerada uma erva santa e seus ramos serviam para jogar água benta nos fiéis em missas solenes. Na Idade Média, era usada como proteção contra as chamadas "bruxas", que de bruxas não tinham nada, mas eram, simplesmente, mulheres que tinham conhecimento de formas naturais de curas com plantas medicinais da época, e isso despertava a inveja, principalmente dos poucos médicos existentes, que faziam parte da classe dominante medieval, ligada ao clero católico. Acredita-se que os portugueses introduziram um hábito, muito usado no Brasil, de se colocar um raminho de arruda atrás da orelha para afastar o mau-olhado.

Manjericão: O manjericão é venerado como planta imbuída de essência divina, consagrada a Krishna e Vishnu, deuses hindus. Por isso, os indianos escolheram a planta para ser usada nos juramentos em tribunal. Além disso, na Índia, o manjericão é colocado no peito dos mortos para servir de passaporte para o paraíso. Em Creta, a planta simboliza o amor banhado em lágrimas e, na Itália, é usada como prova de amor.

Cactos: O cacto é considerado por algumas correntes do Feng Shui(técnica oriental de harmonização de ambientes) como purificador de ambientes. Segundo os especialistas dessa técnica milenar, ele age como uma barreira para os raios eletromagnéticos emitidos por aparelhos de TV e computadores.

Rosas: Considerada um ícone do amor, ela foi retratada em trabalhos artísticos durante a Idade Média e tornou-se um símbolo do Cristianismo – uma imagem bastante disseminada é a da Virgem Maria entre as rosas.


A difusão da flor, inclusive, está ligada a um ícone cristão: conta-se que foi trazida do Oriente pelos Templários durante as Cruzadas. Mas não era somente na religião cristã que ela se fazia presente: de acordo com a mitologia grega, a rosa era a flor predileta de Afrodite, a deusa da beleza e da paixão.



10.
Os inimigos do jardim

É incrível, mas o jardim tem seus inimigos, e tem amigos também, como os passarinhos, que comem os insetos que prejudicam as flores e plantas, além do jardineiro, é claro, que é o maior amigo do jardim. Mostraremos aqui, alguns inimigos do jardim, mas que são de fácil combate, pois hoje temos muitos produtos para esse fim nas floriculturas e casas do ramo.

Cochonilhas: estes minúsculos insetos sugam a seiva das plantas, que passam a apresentar manchas brancas ou marrons na face inferior das folhas e nos caules. Podem ser retiradas com algodão ou pano embebidos em álcool. Existem produtos industrializados para o seu combate.

Lagartas: elas alimentam-se de folhas e podem destruir plantas inteiras. Para combatê-las, retire-as manualmente, utilizando luvas de borracha, já que algumas espécies podem queimar a pele.

Lesmas e caracóis:  são moluscos característicos de ambientes úmidos que percorrem as folhas e os caules das plantas, formando trilhas e buracos mastigados. Você pode retirá-las manualmente.

Ferrugem: é um tipo de fungo que ataca as folhagens e forma riscas pretas nos caules. O ideal é podar e queimar as folhas atacadas antes que eles se alastrem. 

Pulgões: são insetos sugadores que se apresentam sob várias formas e cores. Geralmente, se instalam nos brotos, caules e na parte de cima das folhas. Para combater, pulverize a planta com calda de fumo e sabão. Existem produtos industrializados para o seu combate nas casas do ramo como floriculturas e casas do ruralista.


Formigas: As saúvas talham as folhas para levá-las ao formigueiro. A isca para formigas ainda é a melhor solução para eliminá-las, pois é só colocá-la no caminho percorrido pelas formigas até o formigueiro; essa é a última viagem, pois alimentam-se da isca e não voltam mais. As formigas adoram as folhas de rosas, observe bem o desenvolvimento dos pés de rosas.



                                  11.                                   
Jardinagem e estresse

A frase "Cultivar um jardim em casa tornou-se uma válvula de escape - o verde compensa o estresse do estilo de vida urbano", do paisagista Alex Hanazaki, é nosso motivo para desenvolver o tema Jardinagem e estresse. 

O jardim caseiro propicia ao trabalhador um tempo de atividades diferentes, criativas e desestressantes. O jardineiro passa a frequentar um ambiente calmo e natural, o que provoca uma sensação de paz e aconchego. Está no meio das cores das flores e do verde da paisagem que domina grande parte de um jardim. Além disso, esse espaço oferece ao jardineiro, uma gama muito grande de atividades, pois é também, ambiente de trabalho, de transformação sustentável da natureza, mas um fazer sem cobranças. 

Cada dia você tem um olhar diferente sobre a paisagem do jardim. Um dia  temos de dar uma limpeza no terreno do jardim e dos vasos, capinar o mato que termina acumulando na área de cultivo, cortar as folhas velhas, mudar os vasos de lugar, fazer o replantio de vasos, adubar, aplicar produtos para combater pragas e insetos, etc. Isso termina por distrair e ocupar quem trabalha no jardim de forma prazerosa e não como uma obrigação a ser cumprida. Suas preocupações dão espaço para a admiração de uma nova paisagem - a paisagem natural. 

Hoje, o exercício de alguma atividade que nos permita sair um pouco da roda viva do consumo e da agitação sem limites da sociedade capitalista, é uma necessidade para nossa sobrevivência com qualidade de vida. O sistema de produção capitalista do terceiro milênio deixa todos os trabalhadores sem opções de lazer, saúde e educação que atendam as especificidades do cidadão explorado, pois seu desgaste é muito superior ao exigido nas últimas décadas. 

Vivemos um tempo de intensa competição em todos os setores da sociedade, não só nas áreas tradicionalmente produtivas como a indústria e o comércio, também a educação, a cultura, a saúde e demais setores sociais, exigem de seus(uas) trabalhadores(as) um leque imenso de demandas estressantes. E a jardinagem termina sendo mais uma opção de combate a uma depressão insustentável, aliada a outras atividades prazerosas como a leitura, as atividades físicas e culturais.

                                      
                                                            12.
                                           Manhas de jardineiros

Muitos jardineiros aprendem coisas úteis para o bom desenvolvimento das plantas que nunca aprenderiam em  um curso de jardinagem. O tempo e a experiência fornecem esse tipo de conhecimento  Por exemplo, encontrar qual o melhor local para uma planta se desenvolver. Só muita observação e acompanhamento constante vão identificar essa situação.

Com a experiência, o jardineiro descobre novos modos de tratar determinada planta, às vezes, de forma diferente das instruções dos livros de jardinagem, mas que funcionam para o seu jardim.

Os jardineiros utilizam muito a expressão: "Esta planta não gosta de ficar neste lugar", isso quer dizer que aquela planta não está desenvolvendo bem naquele lugar. Aí é só mudá-la de lugar e observar sua reação ao novo espaço. 

O jardineiro vai adquirindo um novo tipo de conhecimento que nenhum livro contém, e com o tempo vai transmitindo para outras pessoas, e até, se surgir a oportunidade, acrescentar à alguma publicação. Assim surgiram as informações que hoje recebemos em livros e revistas especializados - a experiência  vivenciada, sistematizada e publicada.



13.
Dicas Importantes




Em plantas com flores utilize uma proporção maior de fósforo nos fertilizantes NPK – Fósforo(P). Você encontra este produto na dosagem certa nas casas do ramo.


 Em plantas com folhas , ou seja, sem flores, utilize uma proporção maior de nitrogênio nos fertilizantes NPK – Nitrogênio(N).

 Todos os fertilizantes devem ser aplicados durante o período de maior vegetação e crescimento das plantas, e nunca no inverno(período de dormência das   plantas).

Nunca aplique fertilizantes em uma planta debilitada, espere sua recuperação.


Nas plantas com flores, suspender a adubação durante toda a    floração.

As regas devem ser diárias para todas as plantas, inclusive para os cactos, na quantidade que a planta necessita para seu consumo vital diário. Não deixe a terra encharcar de água, pois o excesso prejudica as raízes da planta.
                               
                             
Todas as folhas debilitadas devem ser extraídas das plantas, pois prejudicam o seu desenvolvimento e, uma vez sem vida, não se recuperam mais.

As flores velhas e debilitadas devem ser retiradas da planta para propiciar o surgimento de novas flores, inclusive das rosas, cortando a haste que liga a flor ao tronco principal.

Para manter a beleza das plantas compradas em floriculturas, que geralmente são cultivadas em estufas com temperaturas e substratos adaptados ao processo de reprodução, é necessário transplantá-las para um novo ambiente, ou seja, fazer seu replantio com terra vegetal e terra de jardim. Para isso, retire parte de suas raízes e do composto orgânico do vaso e faça novo plantio no próprio recipiente ou em outro local.


Para o jardim ficar bonito e bem cuidado, utilizamos praticamente as mesmas ferramentas usadas na horta, mas com o tempo e experiência, vamos identificando alguns instrumentos próprios para a jardinagem como a tesoura de poda, vassoura de jardim, e alguns pequenos instrumentos.

Não se preocupe em usar produtos químicos, pois os jardins não sobrevivem de forma adequada sem esses “amigos” da jardinagem.

                                          



                                                  14.
                            Plantas e Flores do meu jardim 

Com o tempo e experiência fui escolhendo as plantas e flores que mais se adaptavam a um jardim tropical. Experimentei várias espécies até chegar ao atual jardim que, com algumas introduções de novas espécies, foi dando forma ao jardim de meus sonhos. Errei algumas vezes nas escolhas, mas não desisti, e hoje tenho um jardim com rara beleza em pouco espaço. Tenho plantas e flores no terreno do quintal e em vasos.


                                                                             Rosa






                                                                   Palmeira bambu





                                                                   Palmeira leque





                                                                     Pau-Brasil




                                                                    Ipê-amarelo

 



                                                                         Acerola



                                                                           Cróton



                                                                       Buganvília




                                                                         Cacto



                                                                     Pingo de ouro





                                                                         Ileia rubra




                                                                      Ileia verde




                                                                     Flanboyanzinho



                                                                           
                                                                      Dama da noite

                                                                            Murta  



                                                                          Dracena

 

                                                                             Ficus



                                                                       Iúca mansa




                                                                   Brinco de princesa


                                                                    Mini-palmeira
 


                                                                            Poinsétia

                                                                       
                                                                         Ráfia




                                                                  Rosa-de-pedra


                                                                     Zamioculca



                                                                 Palmeira Cica





                                                                           Romã






                                                                            Bromélia





                                                                              Canela





                                                                Palmeira Imperial





                                                                     Coco anão


                                                                     
                                                                     
                                                                       Lírio da paz



Citronela





Noni




 Bromélia






                                                                              Sheflera





    Bambuzinho japonês



Alecrim rasteiro




                                                                      Manjericão




                                                                           Camarão




                                                                    Ora-pro-nóbis



15.
Jardim – Ambiente de criatividade

O jardim é um ambiente de criatividade sem limites. Todos os dias, as pessoas que atuam com a jardinagem, criam novas formas de se relacionar, embelezar e qualificador o espaço natural de plantas e flores.

O olhar do amante da natureza muda a cada contato com o ambiente em transformação. Hoje, você vê o jardim com a forma que sua prática foi moldando, mas com o tempo, cada detalhe na evolução do espaço e das plantas, passa a exigir novas adaptações, sempre em busca de uma maior beleza e vigor na paisagem.

A criatividade se manifesta tanto na confecção de equipamentos de uso no jardim como vasos, ferramentas, caminhos dentro do jardim, suportes para o equilíbrio harmonioso de galhos e flores, quanto na imagem de apresentação visual da vegetação.

Atualmente, usa-se intensamente a reciclagem de objetos para a confecção de instrumentos para uso na jardinagem, especialmente, a madeira e a borracha. Pneus usados e caixotes de madeira são ótimos meios para se utilizar a criatividade na arte da jardinagem. Tanto em jardins caseiros, quanto nos jardins públicos, esses materiais são amplamente utilizados. E na internet, vemos exemplos diários dessas experiências criativas e com a utilização da reciclagem, que além de embelezar o jardim, protege o meio ambiente de grande volume de lixo.

Abaixo, exemplo de um jardim comunitário com a utilização de material reciclado, e com o uso da criatividade e sensibilidade artística do ser humano. Exemplo que deve ser seguido. Foto do jardim comunitário no Bairro Amaro Lanari, em Coronel Fabriciano.



16.

 Poesias  de Flores e Plantas
       
As rosas não falam

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem, sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim.

     Cartola


  Catador de Rosas

Voam pétalas ao sol da manhã
O vento sopra o seu destino
Gentil, o lavrador em seus espinhos se estreita
Um frescor suave abre o verde em seu caminho

Deitam-se ao solo desfolhando histórias
Cantam mosaicos vivos sem molduras.
Algumas tímidas vão ao longe
O menino com pés descalços nelas se senta
Perde-se o olhar urbano no mar de pétalas
Reina soberba no campo
Rosa virgem no garimpo
        
     Glória Aragão

     O Ramalhete

Eu ando colhendo flores
Para a deusa dos amores,
Que além espera por mim.
Já tenho cravos cheirosos,
Não-me-deixes primorosos
E o branco e puro jasmim.

Tenho violetas dobradas,
Estas cravinas rajadas
E o fragrante mogorim:
Para ornar o ramalhete,
Tenho da sécia o alfinete
E um galhinho de alecrim.

Só a rosa aqui me falta,
Que só ela não esmalta
Este tão lindo jardim!
Mas também para que rosas!
Se as tem nas faces mimosas
E em seus lábios de cetim!

              Gonçalves de Magalhães 


4º Motivo da Rosa  

"Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas,
mortas, intactas pelo seu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos.
Ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim."
                    
                  Cecília Meireles


Os perfumes 

Almas das flores - quando as flores morrem,
os perfumes emigram para as belas,
trocam lábios de virgens - por boninas,
trocam lírios - por seios de donzelas!

E ali, silfos travessos, traiçoeiros,
voam cantando em lânguido compasso,
ocultos nesses cálices macios
das covinhas de um rosto ou dum regaço.
                           
                Castro Alves


                           Velhas Árvores
  
''Olha estas velhas árvores, — mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas . . .

O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas . . .


Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!''

                              Olavo Bilac

As mãos de jardineiro

Mãos de jardineiro
Não são delicadas
Sempre limpas, suaves...
São calejadas,
Sulcos de carinhos,
Perfumes
E cores...

A terra as domina
Com seu leito inteiro
Refúgio de vida 
E fertilidade.


As plantas e as flores
São contatos perenes
Em mãos que afagam
E direcionam o melhor abrigo.


Não podem viver
Sem essas mãos
Que como num corpo
Formam a estética
do jardim.


Beto Souto





"Jardim é paraíso.
E paraíso é felicidade.
Plantar um jardim é afirmar
a confiança de que
estamos destinados à felicidade."
                              
                                                                       Rubem Alves

"Deus plantou um jardim, em Éden, no Oriente, e aí colocou o homem que modelara."
                                Gn 2,8 

Plante seu jardim e
decore sua alma,
ao invés de esperar
que alguém lhe 
traga flores.
                          
    W. Shakespeare


17.
 Pequeno vocabulário de jardinagem

Adubo orgânico: adubo proveniente de matéria de origem vegetal e animal.

Alporquia: método de multiplicação de plantas em que se induz o enraizamento num ponto do caule, produzindo uma nova muda. Esse método é utilizado em plantas de difícil reprodução, como as buganvílias.

Drenagem: prática realizada no plantio, seja em vasos ou no próprio terreno, para liberar a água que não mais vai ser aproveitada pelas plantas.

Estaca:  Pedaço de um órgão vivo da planta, como o caule ou a folha, que é utilizado para reproduzir o vegetal de origem.

Estaquia: método de multiplicação de plantas em que se empregam pedaços de órgãos vivos de uma planta, como caules ou folhas.

Fotossíntese: processo natural em que as plantas absorvem luz para produzir alimentos e liberar oxigênio. Processo de purificação do ar pela ação das plantas, transformando o gás carbônico em oxigênio bom para a respiração e a vida do homem. Por isso, é tão importante a preservação de nosso patrimônio vegetal.

Híbrido:  plantas que resultam do cruzamento de dois indivíduos geneticamente diferentes. A maioria das rosas faz parte desse processo.

Macronutrientes: são os elementos químicos essenciais para o desenvolvimento das plantas: nitrogênio, fósforo, magnésio, sódio, cloro, potássio, enxofre e cálcio.

Micronutrientes: são os elementos químicos que agem na formação de proteínas e da clorofila, no transporte de elementos vitais, na respiração e na fotossíntese das plantas. São eles: ferro, zinco, cobre, iodo, manganês, flúor e outros.

NPK: São elementos químicos essenciais para o desenvolvimento das plantas. N - Nitrogênio; P - Fósforo; K - Potássio. O Nitrogênio estimula a brotação e atua na formação de folhas e caules. O Fósforo estimula a floração, frutificação e formação de sementes; também favorece o enraizamento das mudas. O Potássio é indispensável para a perfeita estruturação celular das plantas, aumenta sua capacidade de resistir à seca prolongada e também as fortalece para que resistam melhor ao ataque de pragas e/ou doenças.

pHÉ a quantidade de íons de hidrogênio presentes no solo, indicando sua taxa de acidez. O valor 7 (sete)corresponde ao pH neutro. Abaixo disso, é acido. Acima, é básico ou alcalino. Para correção do solo ácido acrescente uma porção de calcário e para correção do solo alcalino aplique sulfato de amônio ao solo, pois possui boa quantidade de enxofre, ingrediente necessário para a correção desse tipo de solo.

Solo ácido: O solo ácido costuma apresentar a superfície de cor escura e quando molhado forma poças lamacentas. Para identificar o solo ácido, além da coloração de sua superfície e análise em laboratório, observe a existência de sapé, samambaia e/ou taboa em sua vegetação.

Solo alcalino: O solo alcalino tem a superfície clara ou esbranquiçada. É rico em nutrientes, mas costuma provocar ferrugens em algumas plantas. A  existência de trevo em grande quantidade pode caracterizar o tipo solo alcalino.

Solo neutro: É o solo ideal para todas as plantas e possui coloração e características intermediárias entre um tipo e outro(ácido e alcalino).


Substrato: ou composto orgânico, é, grosso modo, a mistura de matéria orgânica e terra com o intuito de nutrir o solo onde será depositada a planta. Um bom substrato precisa ser rico em macronutrientes essenciais: nitrogênio, fósforo e potássio

Terra vegetal: composto orgânico que mistura terra com vegetais decompostos. É rico em húmus(restos de matéria de origens vegetal e animal) e nutrientes, mas pobre em fósforo; ou terra com  alto teor de matéria orgânica decomposta. 

Topiaria: É a arte de controlar o crescimento das plantas para lhes emprestar contornos esculturais das formas mais variadas e criativas.
 

18.
 Calendário de Atividades Anuais de um Jardim 


Janeiro:                                                  
Este é um mês de sol intenso, e algumas vezes, muita chuva,
portanto, não é um período bom para o plantio. É hora de
  dar uma organizada e limpeza no jardim
                                                                                             
              
                                   Fevereiro:                                       
Este é um mês em que as temperaturas abaixam um pouco,
mas mesmo assim, não é um mês bom para o plantio, por
isso podemos aplicar nas plantas, adubos e fertilizantes
para manter o seu desenvolvimento,
 mas não aplique adubo e fertilizantes em plantas debilitadas.




     Março:          
                          
Março é um mês bom para o plantio. É o período das
 famosas "águas de março", eternizadas por Tom  Jobim
em canção. Chove pouco e suavemente.





                                              Abril:                                                  

Abril é quase uma pré-primavera, pois é um
período de muitas flores, tem uma temperatura
 agradável com sol suave. É hora de dar uma organiza-
    da no jardim e o replantar os vasos.


                                                    
                                               Maio:                                                       

É um  período de baixas temperaturas,  por isso,
as plantas desenvolvem pouco, o que chamamos
de período de "dormência"  -   fase de pequenos
 serviços no jardim como limpeza e poda.
                                                                
                                                                             Junho                        

O frio agora chegou com alguma intensidade,
 afinal, nossa região tem uma temperatura bem equilibra-
  da durante todo o ano. É tempo de acompanha-
 mento das reações das plantas ao "inverno".

                   Julho:                         

    Julho é considerado o meio do ano. É hora de avaliar o desen-
    volvimento do jardim no período. É hora de lim-
   peza e organização do jardim. Podemos fazer
  algum plantio oportuno.

    Agosto:                       

 Agosto é a preparação para a chegada da
  primavera. Plantio de plantas e preparação do
   jardim para a melhor estação da jardinagem.
 Pode-se aplicar fertilizantes nas plantas e flores.

              Setembro:                   

     Início da Primavera, período de floração e maior
     desenvolivmento das plantas tropicais. 
É hora de plantar novas mudas e dar uma
 organizada no jardim.

                  Outubro:                    

       Período de acompanhamento das atividades   do
         mês anterior e atenção com os resultados obtidos.
É tempo de aplicar adubos e fertilizantes.

               Novembro:                

        É hora de atenção com o período das chuvas que
         que se inicia - é tempo de limpeza do jardim, pois
      muito mato indesejado vai surgir.

              Dezembro:                
                                
                Agora as chuvas chegaram com vontade, É hora de
                adubação e fertilizante nas plantas que estão no
                 máximo de seu crescimento. Mais limpeza no jardim.




















Aula de Jardinagem na Escola Infantil Pequenos Gigantes em Ipatinga dentro do Trabalho de Conclusão de Curso(TCC) da aluna Juliana Michel - Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário UNILESTE em Cel. Fabriciano















Encontro de Jardinagem com os alunos da Escola Infantil Pequenos Gigantes no Viveiro Municipal de Ipatinga dentro do TCC da aluna do UNILESTE Juliana Michel









Aula de Jardinagem na Escola Infantil Pequenos Gigantes - 16 de maio de 2013 - Plantio de plantas com os alunos(as) em vasos reciclados de pet.









Sobre o Autor

 O autor, Beto Souto, é formado em História e dedicou a maior parte de sua vida à Educação. Nasceu em Coronel Fabriciano, tendo trabalhado na rede estadual de ensino em Coronel Fabriciano por nove anos, e na rede municipal de Ipatinga por 22 anos. Na Educação participou como professor, diretor, coordenador de área de ensino, diretor de Conselhos Escolares e líder sindical. Seu interesse por jardinagem norteou toda sua vida por influência de seus pais. Ao aposentar fez um curso de jardinagem para aprimorar sua prática. Hoje dedica a maior parte de seu tempo à  jardinagem, leitura e pesquisa. Em 2007 publicou o livro Professor e Poder na Escola Pública e em 2016, A Mulher na História.



Beija-flor no jardim










Bibliografia:
Almanaque de Rosas. São Paulo, Publicação do Instituto Brasileiro de Cultura Ltda - IBC - Editora On line, sd.
ARAÚJO, Roberto. A Magia do Jardim. São Paulo, Editora Europa, 2014.
Curso de Jardinagem - Instituto Universal Brasileiro.
ENCICLOPÉDIA BARSA, 2005. 
Guia Plante Bem - Guia de Flores. São Paulo, Editora On line, s\d.
Grande Livro de Jardinagem de Casa Claudia. São Paulo, Editora Abril, 2009.